Por onde andas?
Ontem te vi passando pelo meu sonhar
Parecia uma fada destas de conto infantil
Ou quem sabe uma fase cheia de luar
Que não se sabe de onde surgiu!
Exuberante, plainava sob as luzes de teu sorrir
Deslumbrante como poucas em sua beleza
Como nenhuma rainha ou princesa
Jamais brilharam em seu existir!
Teus olhos pareciam duas pedras preciosas
Do maior teor de pureza já encontrada
Tua pele, a melhor seda de todas as mais valiosas
Tua boca a mais doce de todas já beijada!
Ah teus seios! Pequenos cumes jamais explorados
De bicos róseos intumescidos de desejos
Deixavam meus olhos maravilhados
Embevecidos em flashes e lampejos!
Teu umbigo um pequeno oásis de deleite
Traçando um caminho ao paraíso
Onde uma pequenina estepe servia de enfeite
Não para repousar, mas, para perder o juízo!
Desajuizado, despertei tateando você
Ensandecido pela decepção
Pois, até sonhando permito-me te perder
Assim como perdi-me da razão!
Louco, vazio e sem ti
Percorro as linhas da sanidade
Por onde andas que não aqui?
Viverei nulo, sofrendo com tua necessidade!
Gérson Prado