Nem tudo foi perdido!
Entre nós algo restou
Se não um beijo, um toque
Um carinho, que não amor
Talvez, um sentimento que ressurja com um choque!
Entre nós nem tudo foi perdido
Sobraram alguns papéis
Colega, amante, quem sabe amigo
Afinal, não vão-se os dedos e ficam os anéis!
Resta o desejo no olhar
As bocas que se procuram
Esse medo meio que vontade de se dar
Forças que querem e se anulam!
Perderam-se apenas os projetos
Frustrados nesta coisa chamada destino
Em que buscamos no abstrato todos os nossos concretos
Nos apaixonando por cada desatino!
Perdemos os sonhos de felicidade
Da coisa certa e predestinada
Sofremos com nossas vaidades
Nos desgarramos da estrada!
O que se espera de um amor?
O que esperar de um amigo?
A alegria suplanta a dor?
O que virá a ser melhor? Um amante ou um amigo?
Uma escolha a outra anula?
Se faz necessário perder para ganhar?
O coração deveria vir com uma bula:
Cuidado! Risco eminente de se apaixonar!
Gérson Prado