Inversão!
Durante esta semana uma interrogação, povoou minha mente! Será que nós, seres pensantes, fizemos a evolução de trás para frente? Não estou ficando louco, mas, se pensarmos em alguns aspectos de nossa realidade há alguns anos passados, veremos que sem dúvidas criamos uma evolução duvidosa! Lembrem por exemplo, da política! O regime era militar, as eleições indiretas e o que acontecia? Resseção, corrupção, inflação, crimes políticos e por aí vai! Hoje, vamos às urnas, votamos, escolhemos os nossos governantes e o que acontece? A única diferença é que antes poderíamos retirar de nós a culpa, uma vez que não escolhíamos quem iria levar nosso dinheiro! Na época dos casamentos arranjados, a mulher primeiro casava, para depois aprender a amar ou não seu marido! Muitos eram os casamentos que duravam a vida inteira! Os casais se respeitavam, mesmo que não se amassem! Hoje? As pessoas se conhecem, vão para a cama, namoram, moram juntas ou noivam e casam-se e depois de alguns meses se separam! Separações muitas vezes dolorosas para ambos e para os filhos! O falecimento do lar muitas vezes se dá com muita briga e disputa por qualquer utensílio que tenha algum valor, sem contar nas pensões e bens de valor agregado muito maior! A banalização dos sentimentos, da instituição familiar, o desamor aos filhos e a incontestável falta de caráter são as principais marcas desta evolução nas relações!
Criamos conceitos, nomenclaturas e “remédios” que muitas vezes parecem serem piores que as doenças que deveriam combater! Quer dizer do “bullying”? Qual foi a criança que na sua época escolar não tinha um apelido? Quem foi o gordinho que não sofreu com as gozações dos colegas? Há muitos anos atrás o Rei Roberto Carlos já dizia em uma de suas músicas: “Não sou contra o progresso, mas apelo pro bom senso! Um erro não compensa o outro...”. “Para não dizer que não falei das flores...”. Esta é a terra da monarquia abstrata! É rei do futebol, das embaixadas, das pedaladas, das praias... mas, isto é uma outra história, para um outro momento! Voltemos às nossas ponderações evolutivas! Vejamos se o processo não foi de fato invertido! Pensemos que deveríamos passar das experiências ruins do sistema político que vivemos, irmos involuindo aos poucos e percebermos que não tínhamos discernimento para escolhermos nossos próprios governantes e aí sim, chegarmos às eleições indiretas? Não deveríamos experimentar as relações liberais, escolhermos com quem deveríamos casar, separar, acabarmos com a instituição familiar e depois para que fosse restaurada, seriam nossos pais que escolheriam com quem deveríamos viver para sempre? Isto sim, seria uma evolução!
Mas, o que aconteceu foi uma inversão dos valores! Uma desmoralização do homem para com o homem! Um mundo em que as pessoas não acreditam em nada, não têm fé e o amor desconfigurou-se em gestos isolados de afeto e dias criados com fins totalmente comerciais em que as pessoas arvoram-se a demonstrar todo seu carinho naquele dia, naquele momento com presentes e abraços muitas vezes, nada sinceros! Alguém, em algum lugar girou a manivela evolutiva para o lado contrário e paramos nessa bagunça que chamamos de mundo! “Pare o mundo que eu quero descer! Viva Raul...!
Gérson Prado