Faces da solidão!

28-04-2013 12:49

             

A solidão é uma dor diferente! Diferente do amor, da tristeza, do rancor... É uma dor que parece matar aos poucos, que vai corroendo de dentro para fora, é sentir-se a pessoa menos importante no mundo! Não ter alguém para conversar, compartilhar, brigar, sorrir, alguém para lhe ouvir e dizer o quanto te ama! Não necessariamente um namorado, um marido, pode ser simplesmente um amigo! Alguém que te queira bem, que te ampare no colo, que afague seus cabelos e lhe ouça, como se o que você dissesse fosse à coisa mais importante para ela! Olhar para os lados, para os cantos e ver-se sozinho, sentir-se sozinho e de fato estar só, machuca! Pensar que em outros lugares as pessoas sorriem, se divertem, namoram, conversam..., e você? Você está aí, ali sentada sozinha, imersa em seus pensamentos. Delirando, chorando suas carências, suas ausências, suas tristezas e decepções! Por vezes, envolve-se com pessoas que pensa ser aquele alguém que espera pegar em tua mão e dizer: Estou aqui! De repente, vê-se abandonada, acompanhada e só mais uma vez!

Esta sim é a pior de todas as solidões! A solidão a dois! Ter alguém que não pode contar que nunca está com você! É como sentir-se só numa multidão! Nesta hora que entendemos a diferença entre ter e estar com alguém e, muitas vezes, é ainda pior! Você estar com ele, mas ele não estar com você! A sensação de abandono é ainda mais dolorida, mais cortante e muito mais frustrante! Saber que estar com alguém que não consegue perceber sua solidão, sua carência e simplesmente comporta-se como se estivesse tudo indo bem! Por outro lado, não podemos exigir que todas às pessoas sejam iguais! Algumas precisam que se diga exatamente o que sente e mesmo assim, não significa que ela saberá lidar com a situação! Que saberá dar o que você precisa, quando precisa! Algumas tendem a serem dispersas outras simplesmente ignoram o parceiro, o amigo! Pensam em si próprias! Preocupam-se exclusivamente consigo mesmas! É comum muitos casais passarem o dia sem se verem, chegarem em casa e irem para a cama sem sequer conversarem, não demonstram o menor interesse em saber como foi o dia uma da outra. Vivem automaticamente a relação! Os carinhos vão se distanciando, à mesma medida, que vão virando as páginas dos calendários! Os diálogos são cada vez mais escassos e o interesse mútuo vai perdendo a força! O desejo vai morrendo aos poucos e até mesmo o sexo torna-se obrigação conjugal! Então, nos perguntamos o que mudou? Mas, será que algo realmente mudou? Será que nós deixamos de perceber o quanto e quando começamos a nos distanciar? Fomos e somos tão companheiros quanto cobramos aos nossos amigos, parceiros e familiares? Muitas vezes, gostamos de demonstrar sermos mais tristes do que na verdade estamos e isto é perigoso! Ninguém gosta de estar ao lado de uma pessoa que vive reclamando, insatisfeita com o rumo de sua vida! Por isto, permitir-se viver é um começo! Trabalhar seus problemas com você mesmos é uma forma de reduzir os danos que podem causar a você e aos que te cercam! Outra saída pode ser a solidão voluntária! Aquela em que você se propõe a ficar com você mesma e pensar no que está te deixando triste! Suas relações valem a pena? Passa mais tempo sofrendo ou tenta dar a volta por cima? Equilibrar-se em relações desgastadas para não ficar só é caminhar na contra mão e invariavelmente nos leva a uma situação ainda pior e mais desesperadora! É necessário ter paixão para viver! Paixão pela vida, pelos familiares, pelos amigos e principalmente pelo parceiro! Compreender que a presença física não necessariamente indica que aquela pessoa está com você! Viva cada dia como se fosse único e aprenda a valorizar a beleza de cada momento, por menor que pareça!

 

Gérson Prado